Algumas mudanças
Se eu quisesse clientes, eu teria que parecer menos alienígena que o smartphone deles. Coloquei uma faixa na janela dizendo "lan house e assistência". Aquela faixa fez milagres. Comecei uma divulgação de panfletos que diziam a mesma coisa, porque a primeira distribuição falhou. Falhou porque era alienígena como uma página do Google, que para tantos é simples e comum, para outros é de outro mundo.
Aprendemos que as pessoas se espantam com novidades, por mais interessantes que possam ser e que para termos atenção, temos que ser menos brilhantes e coloridos, em alguns casos. Anunciei no jornal local. Sessão policial. O povo adora uma tragédia. E não tem mais tragédia cotidiana que todo mundo sofre do que um celular quebrado e uma impressora sem tinta. Não dá mais pra viver sem essas coisas.
Não estou dizendo que tragédias da página policial não sejam ruins ou sejam menos piores que um celular quebrado e uma impressora sem tinta. Não me interprete mal. O que estou dizendo é que um celular funcionando ou algumas páginas impressas podem ser a diferença entre um dia bem sucedido ou um dia "daqueles". Por mais tecnológico que seja o mundo, ele ainda é burocrático, e por mais burocrático que ele seja, ainda é imediatista. Ou seja... você vai precisar do smartphone para guardar um arquivo para imprimir, ou para avisar alguém que não tem algum papel; e vai precisar do papel, porque sim. Ninguém sabe explicar direito porque você precisa de certos papéis, mas se você não tiver, esqueça o que você pretendia fazer. E aqui estou eu no meio das duas coisas, nas notícias da página policial.
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