Dois anos depois...
Dois anos depois, literalmente, voltei para contar o que aconteceu. Por melhor e mais interessante que fosse o novo negócio, os custos de manter um ponto comercial eram muito altos para um MEI. Fiquei trabalhando no cinema de Tatuí/SP por um bom tempo para recuperar o dinheiro perdido. Estava chateada já com a coisa do regime CLT, sistema em que trabalhei a vida inteira. Depois de criar seu próprio negócio e ficar procurando dezenas de maneiras de fazê-lo funcionar, um trabalho registrado é questão do que eu chamava de "muita necessidade".
Fiquei nos últimos dois anos tentando entender o que eu havia feito de errado no meu negócio. Entre as principais opiniões que ouvi estavam os que culpavam a crise (a maioria), os que culpavam a cidade (outro grande número) e uns raros que disseram que a idéia era muito inovadora e sem precedentes. De fato... Até agora não encontrei ninguém para fazer o que eu estava fazendo; exceto algumas pessoas que ensinam pessoas a usar iPhone, iPad e outras coisas essenciais da atualidade. Recentemente descobri que o que eu queria fazer está em alta no mercado agora e mescla coaching e marketing digital, coisas que eu nem imaginava que existiam na época.
Em setembro de 2016, depois de muito fuçar sobre marketing digital, redes sociais, SEO e afins, criei um personagem chamado Vanessa Pipoqueira para testar as coisas que eu tinha aprendido sozinha. A sugestão foi do meu marido-parceiro-sócio-consultor. Eu estava tendo infartos (alguns quase não-metafóricos mesmo) de trabalhar fazendo pipoca e atendendo público, recebendo pouco mais que quatro reais por hora. A minha sorte é que eu sou apaixonada por cinema, e não perdi oportunidades sobre esse assunto enquanto estive lá. Mas o trabalho que era relaxante no início passou a ser muito estressante pela limitação de atuação e falta de chances de crescimento dentro da empresa.
Por um lado, é muito bom ter um trabalho em regime CLT, com horário e salário fixos, onde suas responsabilidades de limitam a sua função como empregado. Por outro lado, se você possui um espírito empreendedor, a rotina trabalhista é sufocante e quase impossível de manter a motivação diária (há dias que você pode sentir vontade de vender a alma por um atestado médico; o que não ameniza nada, porque você é o desinteressado em trabalhar e o único a levar atestados na empresa).
Aprendi muito, muito mesmo nesse tempo de trabalho registrado para o cinema de Tatuí, e a minha experiência ali me ajudou a traçar novos objetivos. Além disso foi um brainstorming pessoal diário em assuntos como atendimento ao público, gestão de pessoas, administração, logística, publicidade e propaganda e muito mais. Se você está desmotivado com seu trabalho e tem sonhos e vontade de empreender, aproveite seu ambiente. Dance conforme a música, extraia tudo o que você puder de bom de onde quer que você esteja, porque tudo o que você sabe pode ser ensinado em um curso, menos aquilo que você vive.
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